3 meses de férias escolares: e agora?!

O verão, as férias são o "céu", o sonho falado e cantado, ao longo de todos o ano pela maioria de nós, comuns mortais, trabalhadores, pais, mães, professores. O verão é a estação preferida de muitos e, até me atrevo a dizer que, a avaliar pelos discursos, no verão toda a gente é feliz ( porque será?Já refletiram sobre isso?) 

No entanto, o verão não traz só areia da praia, banhos de mar, noites longas e bolas de Berlim. O verão traz também (quase) três meses sem escola para gerir. Mesmo com CAF, ATL, e outras atividades, o agosto fica, um pouco por todo o lado, à mercê da gestão dos pais, e avós ( se existirem e tiverem disponibilidade).

Nesta fase, em que se aproxima o fim das "férias de verão" para a maioria dos estudantes, os pais estão ( confessem!) "pelos cabelos" e com muitas saudades dos professores...dos filhos! Os miúdos têm saudades da escola ( ou será dos amigos/colegas, das brincadeiras no recreio?) e os professores ( ainda a banhos) são assombrados pelas campanhas de "Regresso às aulas" que invadem as caixas de correio, as entradas das grandes superfícies e a televisão (apre!).

Há ansiedade no ar. Se muitos querem que as férias de verão continuem ( mais um "bocadinho", please!) outros gostariam que a próxima segunda-feira fosse o primeiro dia de aulas.

Pois. Quanto às férias "grandes" dos alunos tenho a dizer o que já pensava enquanto professora, sem filhos e mantenho agora que, além de professora, também sou mãe: os filhos são dos pais! Não são dos avós, da escola, do colégio, do CAF...são dos pais! Para o bem e para o mal. Para as alegrias, mimos e vaidades e... para os "trabalhos".

Ser mãe, pai, implica abdicar e adaptar-se às diferentes fases e necessidades dos filhos. Gerir férias
( que às vezes têm que ter períodos em que são desencontradas, entre o casal), horários, atividades, tipo de férias. 

O calendário escolar está "assim" distribuído pois as atividades letivas, as rotinas escolares, tal com as outras, também têm que ter pausas, interrupções, renovações. As crianças têm que brincar, acordar mais tarde, tomar o pequeno-almoço sem pressas, estar com os pais, passear, fazer atividades diferentes e ter tempo para...não fazer nada! Relaxar. 

Nós pais só temos 22/23 dias úteis de férias, verdade! Há que gerir entre casal. Entre familiares e claro utilizar para o tempo que temos que trabalhar, mesmo quando as crianças estão de férias, os recursos disponíveis: CAF, ATL, colónias de férias, Centros de Estudos, etc. Assumo que me considero privilegiada pois, além de trabalhar perto de casa, tenho um horário e uma atividade que me permite acompanhar as minhas filhas, nos diferentes momentos do ano letivo. O papá cá de casa também trabalha pertinho e tem um horário bastante facilitado (9h às 17h00). No entanto, não temos ajudas, leia-se avós, tios e demais familiares para "tomar conta" ir buscar à escola, etc, ao longo de todo o ano letivo. Temos que nos orientar e gerir tudo, contando apenas connosco.

Em casa, quando estamos juntos, em família, há que criar/preparar atividades ( às vezes tão simples), nos dias sem praia, que os entretenham e lhes permitam descontrair, tais como: cozinhar ( bolos, bolachas, etc), modelar plasticina, modelar massa de água e farinha ( massa de rissóis!), construir ( recortar, colar, pintar) um painel, arrumar/organizar/fazer uma escolha nos brinquedos, visitar o parque da rua ( da zona próxima), um desfile de moda ( com roupas da mãe :) ), jogos de tabuleiro em família, etc...basta muito carinho, uns quilos de paciência e temos programa de férias.

Cá por casa, confesso que, ao contrário do que esperava ( estava estoirada antes da férias e só pensava " o que é que eu vou fazer com as duas em casa, entre férias e idas à praia") uma vez que foram as primeiras férias "a sério" com uma Kika crescida, a participar nas atividades da família, tem estado a correr muito bem! Estivemos de férias fora, em resort, uma semana, depois regressamos, mudámos as malas e rumámos ao Centro Norte, com direito a batizado pelo meio. Regressámos e começámos a banhos entre piscina e praia, parque aquático, idas ao parque, passeios pelo shopping ( quando há coisas para tratar), festas e romarias. Tem corrido bem, têm estado entretidas, a aprender e divertidas, sem recurso a tablet e afins. 

O medo agora é do regresso, da angústia de separação não delas mas...minha! Têm-me sabido tão bem estes dias de mimos a 100%, 24h por dia, com elas...as minhas princesas! Este ano vai custar-me arrancar se bem que, também já tenho ideias e curiosidade a crescer para o reencontro, dos novos projetos que poderão surgir...venha 2019/2020!

Férias...PRECISAM-SE!

Ora viva queridos seguidores! Após 16 maravilhosos e intensos dias de férias, volto, devagarinho, às lides do computador, começando por algo que adoro escrever: posts! Confesso que quando parei, a 30 de julho , estava tão exausta que nem me apetecia ligar o computador...

Este ano (leia-se ano letivo, enquanto professora organizo-me por anos letivos) foi tão intenso quanto desafiante. Rico em projetos, novidades e progressão a nível pessoal e, acima de tudo, profissional, terminou com muito sucesso e concretizações ( vi editado o "meu" primeiro livro! " Cooperar para o sucesso com autonomia e flexibilidade curricular, Editora Pactor).

Contudo, como dizem sabiamente, os antigos " não há bela sem senão", o sucesso tem 1% de inspiração e 99% de transpiração!!! Trocando isto por miúdos: cheguei ao final do ano letivo num estado de exaustão (física e mental) tal que bastava parar 5 minutos que adormecia ( sentada..!) o corpo gritava por pausa. Mentalmente, sentia-me sem criatividade e /ou ideias até para a construção de outfits. Acho que cheguei pertinho do Burnout!

Sentia uma necessidade de ir de férias de parar, mudar de ambiente gigantesca. Há cerca de 2 anos que não tirávamos férias (para descansar, em Resort) como era nosso hábito. Fomos a Londres em abril deste ano, numa escapadinha de 4 dias, mas para palmilhar e conhecer. Viemos mais cultos mas também mais exaustos. Em 2017 não fomos para amealhar mais um pouco para a compra da casa. Em 2018 não fomos porque a Kika tinha apenas 3 meses quando começou o verão...com uma mudança de casa ( e tudo o que isso implica) e novo membro da família pelo meio, junta-se a amamentação ( que durou até aos 16 meses e meio), um ano de trabalho excepcional, com grandes desafios para a Mãe Fit e novo cargo para o pai cá de casa...estávamos exaustos!

Confesso que as ultimas forças e réstia de criatividade foram utilizadas para fazer as malas e os matchie-matchie para as férias. E o que valeu a pena! Passados 3 dias de estar em Ibiza ( o nosso destino deste ano) comecei a sentir-me outra! Olhem que, nos primeiros dias até me custava subir uma das rampas ( inclinação nada de mais) do resort! 

Aquela semana, sem fazer nada ( mesmo), prainha ( com água a 23ºC), em regime de tudo incluido ( com todos os "excessos" a que, em férias, temos direito) ressuscita qualquer um! Até as miúdas deliraram e deliciaram-se.

Novas paisagens, novos temperos e respetivas degustações, pessoas diferentes, culturas diferentes, espectáculos noturnos fantásticos...ai tão bom! Vale cada cêntimo..! Como diz a velha máxima "viajar é a única coisa em que você gasta dinheiro e fica mais rico"! Confirma-se! Cheguei recuperada: cheia de ideias e projetos para concretizar quer em casa ( bricolages e afins), quer profissionais.

Gostava que toda a gente tivesse oportunidade/possibilidade de, pelo menos de vez em quando, viajar, tirar férias, parar, ser servido...Sempre que viajo recordo alguns entes queridos que vi partir e deixar herança sem nunca ter gozado o bom da vida...apenas trabalharam, amealharam....como lamento, tanto! No momento da despedida de dois deles ( e sempre que os recordo) prometo ( prometo-lhes!) que, enquanto viver, irei trabalhar para poder gozar, dar a mim, às minhas filhas e ao meu marido, a oportunidade de conhecer diferentes culturas, de viajar, se degustar de aproveitar o lado bom ( magnifico) da vida . Da varanda da suite onde ficámos este ano, a vista sobre a ilha, o mar e, à noite as estrelas ( até as cadentes) era magnífica...conversei com as minhas estrelinhas muitas vezes...Brindei-lhes e sei que estão felizes por esta "minha" forma de vida...

A todos os que, por aqui, " me lêem" desejo que façam por se organizar, façam mealheiros ( mealheiros os cafés - prática cá de casa-, mealheiro mensal, subsídios, empregada/mulher a dias) poupem todos os dias um bocadinho e...vão! Vão passear: um fim de semana, uma semana...o tempo que conseguirem. Sejam servidos, poupem-se, estimem-se, mimem-se...a vida merece ser vivida, apanhem a boleia pois como entoam as palavras de Ana Vilela" a vida é trem bala parceiro e a  gente é só passageiro prestes a partir"!

Boas férias!